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Em pouco mais de 1 hora e 30 minutos, detalhes, curiosidades e informações das mais diversas esferas trouxeram o passado de volta a Mogi Mirim. Relíquias do município, pontos históricos distribuídos pelas praças Rui Barbosa e São José e ruas como a Conde de Parnaíba e Marciliano integraram a pauta da 1ª edição da Excursão Histórica de Mogi Mirim, na manhã do último sábado, evento organizado após uma parceria entre os historiadores Nelson Patelli Filho, Tóride Sebastião Celegatti e a Prefeitura Municipal. Até outubro, mês em que serão celebrados os 250 anos da cidade, outras seis excursões já estão programadas, todas em locais estratégicos da cidade.

Logo cedo, às 8h30, Nelson e Tóride, acompanhados da secretária de Educação e Saúde, Flávia Rossi, ao lado de demais representantes do Poder Público e convidados, gastaram a sola do sapato e em uma verdadeira caminhada cultural percorreram símbolos do patrimônio cultural mogimiriano. Enquanto Patelli se atentava aos discursos e a cada dado histórico, Tóride complementava o colega de profissão com imagens de seu vasto acervo fotográfico sobre Mogi Mirim, formado por cerca de cinco mil fotografias.

Ao melhor estilo clássico, o historiador carregava uma pequena máquina digital no punho direito, exibindo imagens e tirando até fotos da caminhada.

Prédios, monumentos e bustos fizeram parte da contação de histórias, como o Coreto Municipal e a imagem de Rui Barbosa, que dá nome à praça.

O Relógio do Sol, nas proximidades do chafariz, com seus signos cravados no solo e parte da história da Matriz de São José, com construção iniciada em 1928 e inauguração em 1942, brindaram os presentes sobre a importância de pontos, muitas vezes, passados despercebidos aos olhos da população. Tóride relembrou as missas campais ocorridas de frente à São José, já com a religiosidade da população latente à época. Patelli destacou sua arquitetura, com aspectos modernos e romanos que juntos transformaram a igreja em uma das mais belas do Estado.

Por falar em chafariz, o local, ponto de passagem de centenas de mogimirianos e um dos principais símbolos da Rui Barbosa, ganhou destaque. Nelson Patelli fez questão de subir ao ponto mais alto do monumento e saúda-lo de forma efusiva. “Aqui é parte de nossa história, simboliza essa praça”, disse.

Pracinhas, Chico Venâncio, Pintaca...

O monumento alusivo aos pracinhas mogimirianos, ex-soldados que atuaram em combate durante a II Guerra Mundial, o trecho próximo à esquina da Rua 13 de Maio, que abrigou a antiga residência do Barão de Pirapitingui, o círculo de palmeiras imperiais e a história do prédio da atual sede do Banco do Brasil, entre a praça e a Rua José Bonifácio, foram relembrados pelos historiadores. O local foi a residência do Barão de Cintra, segundo Nelson Patelli, um dos maiores exportadores de café do Brasil décadas atrás.

O fotting, quando mulheres caminhavam pela direita e os homens na esquerda, numa espécie de encontro da sociedade local, presente na cidade entre as décadas de 40 e 60, foi relembrado por Patelli. Em fila, os presentes simularam o encontro. “Servia como ponto de paquera, troca de olhares e lazer. Era algo muito tradicional”, contou.

Houve espaço para detalhes de Chiquito Venâncio, que dá nome à Rua Chico Venâncio, Orlando Bronzatto, o Pintaca e ainda o significado das ruas Conde de Parnaíba e Marciliano. “É muito importante para que a população conheça os lugares de grande história em Mogi, o porquê desses locais serem importantes para a vida do povo de Mogi Mirim”, exaltou Tóride.

Próxima parada

A segunda etapa da Excursão Histórica prevê a apresentação da Praça Floriano Peixoto, o Jardim Velho, a Igreja Nossa Senhora do Carmo, a mais antiga da cidade, a Escola Estadual Coronel Venâncio, entre outros. O passeio será realizado no mês de maio.