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Uma volta ao passado, sem deixar de lado o presente. A partir das 8h30 da manhã deste sábado, dois dos principais historiadores da cidade estarão juntos em uma caminhada que promete apresentar a história para a população. Parte do calendário de festejos dos 250 anos da cidade, a Prefeitura, através das secretarias de Educação e Cultura e Turismo, realiza a 1º edição da Excursão Histórica de Mogi Mirim, projeto que tem como narrativa contar, em detalhes, a biografia de pontos históricos do município através das vozes dos historiadores Nelson Patelli Filho e Tóride Sebastião Celegatti.

O evento é aberto ao público e tem como foco atrair estudantes da rede municipal de ensino para que conheçam, de forma aprofundada, monumentos e prédios simbólicos.

A fase inicial do projeto, que terá sete edições, com conclusão no mês de outubro, justamente quando se comemora o aniversário da cidade, será a Praça Rui Barbosa, um dos principais cartões postais de Mogi. Ali Nelson e Tóride, acompanhados do público presente, saem em caminhada do Coreto Municipal e vão até o busto de Rui Barbosa, que deu origem ao nome do espaço público, para o início da apresentação histórica. Para complementar a fala de Nelson Patelli, Tóride levará parte de seu vasto acervo de fotografias, onde explica, de forma sucinta, o que representa cada monumento.

De lá, o grupo se encaminha à área próxima ao ponto de táxi, onde no passado, até o trecho próximo à esquina da Rua 13 de Maio, abrigou a antiga residência do Barão de Pirapitingui. A representatividade é tanta que no local, de acordo com Nelson Patelli, Dom Pedro I e a Corte Imperial se hospedaram na cidade. “Ali foi fundada a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, além de receber a primeira assembleia de acionistas que deu origem ao projeto. Ela foi uma das maiores do Brasil”, recorda Nelson Patelli.

A Matriz de São José fará parte da apresentação histórica, assim como a Rua Dr. José Alves, que abriga, dentro inúmeros estabelecimentos comerciais, a Escola Estadual Oscar Rodrigues Alves, uma das mais antigas do município, e o Paço Municipal, onde fica parte da Prefeitura e o plenário da Câmara Municipal.

Marciliano

A caminhada prevê a ida do grupo até a Rua Marciliano, a mais antiga de Mogi Mirim e fundada pelos Bandeirantes, de acordo com a pesquisa do historiador.

O círculo de Palmeiras Imperiais, onde estão enterrados fundadores de Mogi Mirim e também os bustos de Francisco Cardona e Chico Venâncio, este que dá nome à via ao lado da praça, também faz parte da caminhada.

O chamado fotting, febre na cidade na década de 60, quando mulheres caminhavam pela direita e os homens na esquerda, numa espécie de encontro entre a sociedade local, é outro ponto recordado pelos historiadores. Caso exista a possibilidade o evento prevê até a simulação do movimento.

Final

O cruzamento das ruas Conde de Parnaíba e Ulhôa Cintra será o penúltimo trecho da caminhada cultural. O projeto Coreto Vivo, parceria musical desenvolvida junto à Banda Lyra Mojimiriana, encerra o evento.

“A caminhada tem sua importância para o resgate da história da cidade e o envolvimento da população nesse contexto. Muitas pessoas ainda não conhecem parte disso, e terão agora essa oportunidade”, destacou a secretária de Educação, Flávia Rossi.

Para Nelson Patelli, o evento visa levar conhecimento aos estudantes e demais participantes. “A idéia é mostrar a história de ruas, praças, edifícios e personalidades de Mogi. A maioria das pessoas, 99%, andam pela Conde de Parnaíba e não sabe quem foi, assim como a Ulhôa Cintra. Convidei o Tóride porque é um grande estudioso do passado de Mogi e vai complementar as minhas histórias com imagens”, explicou Nelson Patelli.