Os casos positivos e as notificações da dengue em Mogi Mirim, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e uma das principais doenças relacionadas à saúde pública municipal, sofreram redução nos últimos meses. Relatório da Vigilância em Saúde aponta que de abril para maio houve queda da doença em casos positivos e notificações em todas as regiões da cidade. Até a última quarta-feira (10), o município contabilizava 2.242 casos confirmados e 6.208 notificações.
Mesmo com a tendência de queda, as ações adotadas pelo Poder Público terão sequência e a conscientização da população quanto a limpeza de imóveis, o descarte correto de materiais, respeitando o calendário de coleta, e buscar evitar o acúmulo de água parada são medidas fundamentais na luta contra o mosquito.
O relatório da Vigilância em Saúde mostra que, de 2 a 29 de abril, Mogi Mirim registrou 1.168 notificações da doença e 630 casos confirmados; de 30 de abril a 27 de maio, os números caíram para 640 notificações e 323 casos positivos. De 5 de março a 1º de abril foram 435 casos confirmados e 1.707 notificações.
Região
A diminuição é comprovada levando em conta os números divididos por região. A zona Norte, líder de casos entre os 2.242 até aqui, registra diminuição nos últimos meses: 318 (entre 1º de fevereiro e 4 de março), 269 (5 de março a 1º de abril), 241 (2 a 29 de abril) e 102 de 30 de abril a 27 de maio. Em janeiro foram 132 casos.
No mesmo período, a zona Leste viu os casos positivos saltarem de 64, 108 e 157, mas diminuírem a partir de 30 de abril, chegando a 73. De abril para maio a região central, responsável por dois dos três óbitos de dengue na cidade em 2020, viu queda de 92 casos em abril para 73 em maio, situação parecida na zona Oeste, que caiu de 82 para 52 casos positivos.
Na zona Sul foram 45 casos em abril e 20 em maio, enquanto na zona rural, os 13 casos positivos tanto em março como abril caíram para 3 no mês de maio.
Distribuído por sexo, a queda de casos positivos também fica evidente. No sexo feminino, foram 344 casos positivos em abril, frente 179 em maio, cenário visto também entre os homens, caindo de 286 para 144 confirmações.
Ações entre 2019 e 2020
A Vigilância em Saúde, órgão ligado à Secretaria de Saúde, e que dita as atividades de combate à dengue na cidade, realizou, desde janeiro do ano passado, até 31 de março deste ano, uma série de medidas relacionadas à saúde pública. Na lista, visita casa a casa, nebulizações costal e veicular, limpeza em ruas, calçadas e terrenos, vistoria em pontos estratégicos, atendimento a reclamações, orientação a munícipes, entre outros.
Nos 15 mutirões, sempre aos sábados, 600 caminhões de materiais (produtos não reciclados), formado por resíduos como galhos, entulhos, produtos recicláveis, móveis, restos de material de construção, entre outros, foram retirados das ruas.
Esse número aumenta se levado em conta todo o ano, quando cerca de 525 toneladas por semana (segunda a sexta-feira), uma média de 105 toneladas por dia, são retiradas por equipes da Secretaria de Serviços Municipais, segundo a própria Pasta municipal.
Visitas a imóveis
Em 2019, foram 90.789 visitas a imóveis, frente 16.376 nos três primeiros meses de 2020. O trabalho é realizado por agentes de controles de endemias e agentes comunitários de saúde, quando é verificada a presença de criadouros e orientação aos residentes sobre a eliminação dos locais de transmissão.
Busca e controle de criadouros (BCC) somaram 23.107 visitas a residências no ano passado e 6.849 em 2020.
Nebulizações
Em 15 meses, 7.166 nebulizações costais, através de nebulizador manual, costal, por ir nas costas do aplicador, aconteceram em imóveis espalhados pela cidade (4.856 em 2019 e 2.310 em 2020).
No mesmo período, o popular “fumacê”, realizado nas últimas semanas na zona Norte, e que visa eliminar o mosquito adulto, esteve presente em áreas prioritárias, seja a mesma zona Norte, Leste, Centro, ou outro setor onde a aplicação se faz necessária.
Procura por larvas
A ida dos agentes a imóveis especiais, aqueles com grande circulação de pessoas, como escolas, hospitais e rodoviárias, contabilizou 379 imóveis (332 em 2019 e 47 neste ano), além de outras 1.225 visitas a imóveis estratégicos (1.029 no ano passado e 196 de janeiro a março), seja comércios ou localidades com grande potencial de existir larvas, a exemplo de reciclagem e borracharias.
Pandemia
O isolamento social como medida para evitar a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) fez com que a visita de agentes de saúde e agentes de controle de endemias a imóveis da cidade, ação considerada essencial para eliminar focos da doença e na orientação aos munícipes, teve que ser suspensa temporariamente. Isso faz com que a ajuda da população se tornasse ainda mais vital.
“Seria interessante a população continuar esse combate e ter foco dentro da residência, prestar muita atenção atrás da geladeira, na casinha do cachorro, atrás da cortina, no ralo, no vaso com pratinho. Tudo isso serve para identificar possíveis criadouros. O frio pode ter colaborado (com a diminuição de casos e notificações), tivemos uma queda excepcional, mas ainda temos muitos casos. Estamos muito longe do ideal”, alertou o chefe da equipe de Vigilância Ambiental e Zoonoses, Rogério Garros.