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Nesta quarta-feira (9), a Secretaria de Educação de Mogi Mirim foi orientada pelo Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) do Departamento Regional de Saúde (DRS) de São João da Boa Vista a suspender as atividades escolares do Centro Educacional Municipal de Primeira Infância (CEMPI) “Profª Maria de Lourdes Ferraz Guimarães”.

A suspensão terá início nesta quinta-feira (10) e seguirá até a quinta-feira (24). A unidade atravessa um surto que tem como hipótese principal ser de Mão-Pé-Boca (MPB), doença viral que atinge, sobretudo, crianças. As recomendações foram apresentadas após o registro de casos na unidade, situada no bairro Linda Chaib, na Zona Oeste.

Para indicar a suspensão das atividades o GVE levou em consideração que a Mão-Pé-Boca (MPB) é a hipótese principal, visto que a grande maioria dos sintomáticos são vacinados com SCR (sarampo, caxumba e rubéola) e Varicela, e que a investigação laboratorial está em curso. No atual momento, a DRS aguarda divisão responsável quanto à coleta de material para Sarampo/Rubéola.

Considerou ainda que o período de incubação é de três a sete dias; que a transmissão ocorre durante todo o período sintomático e que os enterovírus que causam a MPB são viáveis no ambiente por até 14 dias. Também foi orientado o isolamento social dos casos, enquanto durar a fase aguda da doença e que os mesmos deverão ser acompanhados diariamente pela UBS (Unidade Básica de Saúde) de referência.

Imediatamente ao recebimento da recomendação do GVE, a Secretaria de Educação comunicou a diretoria do CEMPI e determinou o procedimento para que servidores, pais e responsáveis sejam comunicados.

A Seduc ainda procederá com a higienização terminal de todos os espaços e objetos que as crianças têm contato; com a desinfecção do ambiente com solução de álcool etílico com concentração de 70%, entre outras ações relacionadas à limpeza.

Quanto aos procedimentos relacionados aos casos, a DRS, através do Grupo de Vigilância Epidemiológica recomenda que a criança não deve frequentar a creche por no mínimo sete dias, enquanto durar os sintomas ou até o desaparecimento das lesões cutâneas, sujeito à reavaliação médica.

Já no retorno da criança às atividades na creche, deverá ser assegurado o cumprimento das medidas de higiene pessoal e do ambiente pelos cuidadores e funcionários, visto que a excreção viral pelas fezes na convalescença persiste por semanas, podendo perpetuar o surto. Por isso, é orientada atenção especial à lavagem das mãos na troca de fraldas. As recomendações são provisórias e poderão ser modificadas.

Saiba sobre a “Mão-pé-boca”

A doença mão-pé-boca (HFMD, sigla em inglês) é uma enfermidade contagiosa causada pelo vírus Coxsackie mais comum de acontecer na infância, até os cinco anos de idade. Por habitarem normalmente no sistema digestivo, há a possibilidade do surgimento de estomatites.

Os pais devem se atentar para alguns sinais característicos da moléstia: febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões; aparecimento na boca, amídalas e faringe de manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas no centro que podem evoluir para ulcerações muito dolorosas; erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que pode ocorrer também nas nádegas e na região genital.

A transmissão se dá pela via fecal/oral, através do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções, ou então através de alimentos e de objetos contaminados. Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. Não existe vacina contra a doença.

Tratamento
Na maior parte dos casos, o tratamento é sintomático com antitérmicos e anti-inflamatórios. Os medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.

Recomendações
* Nem sempre a infecção pelo vírus Coxsackie provoca todos os sintomas clássicos da síndrome. Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas; em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes. Fique atento, portanto;

* Alimentos pastosos, como purês e mingaus, assim como gelatina e sorvete, são mais fáceis de engolir; já os alimentos ácidos, muito quentes e condimentados são mais difíceis;
* Bebidas geladas, como sucos naturais, chás e água são indispensáveis para manter a boa hidratação do organismo, uma vez que podem ser ingeridos em pequenos goles;
* Crianças devem ficar em casa, em repouso, enquanto durar a infecção;

* Lembre sempre de lavar as mãos antes e depois de lidar com a criança doente, ou levá-la ao banheiro. Se ela puder fazer isso sozinha, insista para que adquira e mantenha esse hábito de higiene mesmo depois de curada.

Fonte: Dráuzio Varella