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 “Foi interessante para que pudéssemos clarear outras experiências, pontuarmos as melhorias com outros formatos, avaliarmos as políticas públicas e tirarmos efetivamente do levantamento de informações qual o diagnóstico a ser implantado no ensino municipal”, declarou a secretária de Educação, Flávia Rossi sobre a recente viagem que fez ao município de Sobral em entrevista coletiva realizada na quinta-feira (8) na Estação Educação.

Sobral adotou um projeto de gestão diferenciado, idealizado na erradicação do analfabetismo, na diminuição da evasão escolar, na valorização do professor e na meritocracia. O plano educacional foi bem-sucedido culminando na formatação do o eixo para o projeto federal de ensino permitindo que o município obtivesse no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) a nota 8,8.

O Ideb é um indicador criado pelo governo federal para medir a qualidade do ensino nas escolas públicas. Para se ter uma ideia, Mogi Mirim atingiu 5,8 na última avaliação realizada em 2015.

“O positivo da política educacional de Sobral é que eles formatam políticas públicas enquanto acompanham os indicadores a anos, há uma trajetória já realizada com ênfase no investimento em material e em capacitação”, destacou.

Já faz dezesseis anos que o município cearense intensificou o planejamento educacional com a implantação da “Escola de Formação Continuada”.

“Eles possuem o programa sem ter a estrutura viável. Aqui temos toda a infraestrutura, mas é fundamental que apliquemos uma política de ensino que foi interrompida. Vamos recomeçar o trabalho”, ressaltando a necessidade de fortalecer e investir na qualificação profissional.

Outra vertente levantada foi o controle da assiduidade dos alunos. “É um combate contumaz contra a evasão escolar”, afirmou.

Ela revelou que há um controle de frequência dos alunos desde a entrada da escola, através de catraca eletrônica, associado ao monitoramento de sala por sala.

“É inegável que essa ação apresenta resultado na nota contabilizada ao município”, assegurou. O motivo apresentado para o sucesso da iniciativa é que os pais “abraçaram a causa” ao intensificar a vigilância do aluno quanto ao comparecimento na escola.

Adicionado a isto, acrescenta-se o rigor nas avaliações implantadas nas escolas municipais. “Lá tem também a Casa de Avaliação”, contou. Semestralmente, um grupo de técnicos ficam focados estritamente na elaboração de provas que atestem a qualificação do aluno. “Isto é funcional, pois não se restringe ao próprio grupo da unidade escolar que elabora o teste para seus próprios estudantes”, classificou.

“Queremos implantar uma avaliação externa em que repassaremos a base curricular do município e os técnicos de fora da rede irão elaborá-la para que possamos repassá-la aos alunos”, definiu.

A alegação é pelo fato de, atualmente, não haver um indicador fidedigno que possa demonstrar a realidade do ensino como uma espécie de receituário para a implementação de uma política voltada à educação.

Existem as avaliações bimestrais, da Provinha Brasil, do Ideb, as provas do Governo do Estado, mas que não servem para assegurar um panorama verídico da situação escolar.

“Este ano, em novembro, haverá o Ideb. O resultado que será apresentado é reflexo dos últimos dois anos”, apontou.

Mudanças

Indagada sobre quais experiências absorvidas no decorrer da viagem que poderiam ser já implementadas no município, a secretária Flávia Rossi respondeu: “Investir pesadíssimo em língua portuguesa e matemática”. Observou ainda que Mogi Mirim possui uma excelente estrutura, mas é necessária qualificação do corpo docente.

Quinzenalmente, diretores e coordenadores pedagógicos se reúnem na Estação Educação para fazer um diagnóstico da situação escolar e debaterem quais ações podem ser desenvolvidas. “Nós fortalecemos as iniciativas para que cheguem uniformes aos profissionais que estão em campo”, evidenciou.

Outro ponto a ser discutido é a adotação de antigas práticas que já mostraram resultados positivos, porém não mais discutidas no estado paulista. “Os alunos lá ainda fazem leitura em voz alta, ditado, jogral, ou seja, métodos que mesmo com o avanço tecnológico se mostram indispensáveis”, afirmou.

Porém, o motivo principal é que “a cidade abraçou, os pais abraçaram a educação. Isto é primordial”, concluiu Flávia Rossi.