Divulgados pelas redes sociais, os vídeos de uma perigosa brincadeira em que adolescentes dão uma rasteira em colegas, ganhou um exemplo mais do que positivo em Mogi Mirim. Com o auxílio da professora de Educação Básica, Cibele Cristina Leite, alunos do 5º ano A do Ensino Fundamental da Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Professora Edna Fávero Choqueta, no Jardim Nazareth, zona Norte, gravaram um vídeo conscientizando sobre os riscos da brincadeira.
A ideia na Edna Fávero Choqueta serviu como forma de inspiração para que colegas de sala, da própria escola e outras unidades da rede pública municipal não entrem no desafio.
Em novembro do ano passado, um jovem de 16 anos morreu em Mossoró (RN) ao participar da brincadeira. Nela, dois jovens se posicionam ao lado de um colega, que é orientando a pular e, então, recebe o golpe. Especialistas afirmam que a queda pode causar danos no crânio, no cérebro e na coluna.
O vídeo
O vídeo, gravado por Mateus Mantovani Duzzi, de 10 anos, Marcos Felipe dos Santos Veroneze Feitosa, de 9 anos e Yerick Benício Anselmo, também de 9 anos, foi postado na página da escola no Facebook, e logo viralizou pelas redes sociais.
Nas imagens, os alunos simulam o desafio da rasteira, mas no momento em que um deles é “orientado” a pular mais alto, Mateus impede o colega, Marcos, alertando que a brincadeira pode causar ferimentos graves. Ao final, o trio se abraça e reforça a preocupação em evitar desafio.
A inspiração para a gravação veio através das redes sociais, onde vídeos de alunos de escolas pelo país mostram o perigo do golpe.
“Eu vi o vídeo do rapaz que após ser submetido pela brincadeira já não teve reação vital, ficou desmaiado. De imediato, pensei que nossos meninos estão em risco, precisam dessa campanha, dessa informação. No dia seguinte cheguei à escola e propus aos alunos”, contou Cibele.
Se o início da ação envolveu o trio de amigos, a professora resolveu expandir a conscientização para toda a sala, de 24 alunos. O resultado foi uma mobilização intensa, servindo como exemplo para a comunidade.
“Temos capacitações falando sobre a importância da educação e inclusão digital, então, nada mais pertinente do que eles (alunos) usarem a redes sociais para se comunicar entre eles, uma criança falando para outra criança. Não queremos essa brincadeira em nossa escola”, completou a professora.
Repercussão
Após o surgimento do vídeo, pela internet, a campanha “Isso não é brincadeira” e “Amigo que é amigo não derruba, amigo que é amigo ajuda a levantar”, surgiu como ferramenta de instrução para alunos, professores, equipes pedagógica e pais de alunos.
Os estudantes contam que a repercussão se deu não apenas dentro da escola, mas também fora dela, dias após a divulgação do vídeo. Elogios, felicitações e brincadeiras acerca da fama repentina se espalharam entre amigos, colegas e familiares.
“Foi uma grande responsabilidade, não é fácil fazer um vídeo. A gente foi tentando e no final deu certo. A ideia era pedir para ninguém fazer essa brincadeira, porque já tinha levado uma pessoa a morte e algumas outras gravemente feridas. Fizemos esse vídeo como precaução”, explicou Mateus.