Com o aumento no número de casos da dengue em Mogi Mirim, a Secretaria de Saúde adota medidas para o combate à doença, que até esta segunda-feira (29) contabiliza 117 casos positivos.
Salas de hidratação serão montadas na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Paulista, na zona Norte, região que concentra o maior número de casos em 2020, e no Centro de Fisioterapia Dr. Florentino José Miranda, ao lado do Centro de Especialidades Médicas (CEM), na Avenida Adib Chaib. Os locais se somam a outra sala de hidratação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em funcionamento desde a última semana.
Nelas, haverá a aplicação de soro endovenoso e a observação constante dos pacientes pelas equipes da Secretaria de Saúde. A expectativa é de que as salas do Jardim Paulista e do Centro de Fisioterapia, em processo de estruturação, comecem a operar até a próxima semana.
No caso de piora no quadro clínico do paciente, será solicitada a internação. Para isso, uma ambulância de simples remoção já está à disposição das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para o transporte de pacientes com suspeita da doença para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Justificativa
A criação das salas de hidratação é baseada em estudos epidemiológicos que evidenciam um cenário de epidemia em Mogi Mirim, mapeado pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Grupo de Vigilância em Saúde Regional e Vigilância em Saúde municipal.
Um diagrama de controle serve como ferramenta para as autoridades, levando em conta o número de notificações e casos positivos na região e em cada município. A última epidemia vista na cidade aconteceu em 2015, quando foram registrados mais de 11 mil casos.
O anúncio pela criação das salas de hidratação partiu do secretário de Saúde Ederaldo Moreno, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (27). “Estamos preocupados sim, e para isso, estamos nos preparando para atender essa evidência de dengue. Queremos evitar o pânico”, disse.
Presente na coletiva, o gerente administrativo da Secretaria de Saúde, Leonardo Cunha, ressaltou a importância de ações cautelares diante de um quadro de possível epidemia.
“Não podemos esperar a situação crescer de tal forma para tomar medidas como se já houvesse um estado declarado (de epidemia). Temos que estar com as medidas prontas prevendo um possível aumento de casos de dengue. Nosso trabalho é diminuir a incidência de dengue na população”, declarou.
Ajuda da população
Junto às diversas ações promovidas desde o ano passado pela Prefeitura Municipal, como mutirões e o trabalho de orientação, em uma força-tarefa que envolve não apenas a Secretaria de Saúde, como a Secretaria de Serviços Municipais e servidores públicos de diversas Pastas, o papel da população no combate à dengue torna-se fundamental.
Coordenadora da Vigilância em Saúde, Joalice Penna Rocha Franco voltou a pedir a colaboração da população na eliminação dos criadouros da dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
“Estamos fazendo todos os esforços possíveis para que essa epidemia não aconteça, mas vivenciamos um momento muito delicado. A população precisa entender a necessidade de controlar os vetores da doença, eliminar criadouros e colaborar com nosso trabalho. Esse cenário já era esperado”, alertou.
Vigilância em Saúde investiga morte por dengue
A Vigilância em Saúde investiga uma morte ocorrida no sábado (25) por suspeita de dengue, registrada em um homem de 93 anos, morador do bairro Santa Luzia, zona Norte. Amostras de sangue serão encaminhadas para o Instituto Adolf Lutz, laboratório de referência no Estado de São Paulo, e responsável por exames específicos para diagnóstico da doença.
O homem se encaixa no grupo de risco da dengue, formado por crianças com idade inferior a cinco anos ou pessoas acima de 60 anos. O óbito investigado vem justamente da zona Norte, região que concentra o maior número de casos positivos da doença neste início de 2020.
Balanço divulgado nesta segunda-feira (27) pela Vigilância em Saúde aponta 117 casos positivos, nove a mais do que o balanço da última quinta-feira (23), de 108. O número de notificações também aumentou, passando de 485 para 519.
Somente na zona Norte são 88 casos, frente 11 na zona Oeste, nove na zona Leste, quatro na região central, três na zona rural e outros dois na zona Sul. São 66 casos em mulheres e 51 em homens.
A faixa etária de 16 a 59 anos lidera a incidência da dengue, somando 83 casos. Outros 21 foram registrados em pessoas acima de 60 anos, 11 de seis a 15 anos e dois casos em bebês e crianças de 0 a 5 a anos.