O possível caso suspeito de coronavírus em Mogi Mirim foi descartado pela Secretaria de Saúde na manhã desta sexta-feira (28). Em coletiva de imprensa, o secretário da Pasta, Ederaldo Moreno, e a coordenadora da Vigilância em Saúde, Joalice Penna Rocha Franco, negaram a informação e detalharam o motivo de a possibilidade ter vindo à tona, na noite desta quinta-feira (27).

Um homem, de 27 anos, morador da zona Norte, apresentou sintomas semelhantes aos da doença (febre, dor de garganta, tosse e coriza) após viajar, no último dia 15 de fevereiro, para a cidade de Quebec, no Canadá, onde permaneceu cinco dias, antes de chegar a Nova Iorque, nos Estados Unidos, estadia ao longo de outros quatro dias. Um dia após retornar ao Brasil, em 25 de fevereiro, apresentou os primeiros sintomas e procurou atendimento no Hospital 22 de Outubro no dia 26.

Conforme pontuado na entrevista coletiva, houve uma falha no procedimento do hospital, ao não comunicar a suspeita para a Vigilância Epidemiológica do município, braço da Vigilância em Saúde, responsável por analisar e diagnosticar casos deste tipo.

O caso foi notificado diretamente ao governo federal, que inseriu Mogi Mirim em uma lista de municípios com suspeita da doença. A lista foi divulgada pelo governo de São Paulo em material encaminhado à imprensa no final da tarde desta quinta-feira.

“A Vigilância recebeu orientação de que, em caso suspeito, qualquer estabelecimento de saúde deve, primeiro, discutir com a Vigilância Municipal para que depois entre em contato com a Grupo de Vigilância Epidemiológica Regional. Posteriormente, comunica-se a Divisão de Doenças Respiratórias do Estado, para discussão do caso e se ele enquadra ou não nos critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS)”, explicou Joalice.

“Nós fomos surpreendidos desse possível caso de coronavírus em Mogi Mirim. Houve uma falha de procedimento”, completou Ederaldo.

As áreas onde o homem esteve, tanto no Canadá como nos Estados Unidos, não registram casos confirmados de coronavírus, fato que afasta a possibilidade.

De acordo com a OMS, em comunicado nesta quinta-feira, os locais de transmissibilidade da doença são Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Itália, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes.

Nota oficial

Em nota oficial enviada à Secretaria de Saúde, na manhã desta sexta-feira (28), o Hospital 22 de Outubro, informa que atendeu, no dia 26 de fevereiro, um paciente com sintomas semelhantes ao COVID-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e que, imediatamente, tomou todas as precauções de contato e de vias aéreas para prevenir uma eventual disseminação.

A nota informa que até o presente momento, o caso não se enquadra no protocolo como caso confirmado. A Secretaria de Saúde informou que o paciente segue internado no hospital, não apresenta mais nenhum desconforto respiratório e recebe a medicação adequada.

O Poder Público teve conhecimento do caso e do quadro clínico do paciente, por parte do hospital, somente nesta sexta-feira.