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Maus tratos, medo de baldes, vassouras e mangueiras. Esses receios vivenciados por cães geralmente resultam em agressividade. Porém, “eles agem por autodefesa, mediante aquilo que o animal considera como ameaça”, explicam os guardas municipais (GM) Souza e Machado.

Para reverter essa situação, o trio – também formado pelo GM Edvaldo – iniciou um trabalho de socialização dos cachorros através de parceria entre as secretarias de Segurança Pública e de Meio Ambiente – órgão responsável pela gestão do BEA (Bem Estar Animal).

Atualmente, o serviço beneficia três animais: Thor, Jack e Resende. Por enquanto, todos ficam em baias separadas. O único grande animal é Thor, porém, é também o único manso e já aceita contato e carinho. Já a dupla J&R, à primeira vista, parecem indefesos e devido a pequenez passam uma sensação de desprotegidos. Apenas aparência. São bravios e territorialistas. Ambos iniciaram a socialização recentemente.

Semanalmente, os guardas municipais vão até o BEA e, por aproximadamente, uma hora e meia, realizam atividades com os animais, desde a aceitação dos instrutores até o momento em que eles permitem a companhia de humanos e são, a partir daí, ressocializados juntos aos demais cães.

“É um trabalho fundamental, pois é importante para o cachorro e essencial para o convívio. Ao estudarmos o histórico deles, observamos que muitos ficavam o dia inteiro sozinho e muitas vezes sofriam violência”, explicou Souza.

No entanto, os cães possuem um período para ressocialização. Se dentro de 90 dias não ocorrer a progressão social, ele deve ser sacrificado. “Queremos evitar o sacrifício, por isso, a efetivação dessa parceria, pois existe sim a chance de tratarmos, cuidarmos, darmos atenção ao animal. Para ele, é uma oportunidade única”, destacou o coordenador do BEA, Thiago Martinelli.

No local, há uma extensa área verde para o trabalho com os cães. São realizados passeios e atividades de trabalho físico. “O animal precisa gastar energia, ele precisa ter movimentação que o permita cansar. É essencial”, ponderou Machado.

Porém, essas situações são restritas apenas as pessoas que fazem a adoção responsável. Para os técnicos, há a necessidade de as pessoas compreenderem que a adoção e o cuidado não se restringem à alimentação e ao deixar o animal vagando pela casa. “A ausência de interação contribui para o aumento no nível de estresse”, complementou.

O trabalho apresenta saldo positivo. “Há um acompanhamento criterioso, eles deixam de ficar agressivos e, portanto, aptos ao convívio. É o resultado da fórmula cuidado, atenção e amor”.

Recentemente, um pitbull fêmea foi adotada por um munícipe de Sorocaba (SP).