Uma notícia positiva para a saúda pública de Mogi Mirim e região. A equipe interventora responsável pela administração da ala SUS (Sistema Único de Saúde) da Santa Casa de Misericórdia, à frente do hospital desde o último dia 5, quando, por determinação judicial, a Prefeitura assumiu os serviços, reativou, na última segunda-feira, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, suspensa desde o dia 18 de março.

A ala, em área climatizada e propícia para o atendimento dos recém-nascidos, conta com seis leitos, quatro destinados ao SUS, credenciados pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) de São João da Boa Vista, e outros dois a convênios e particulares, no atendimento de bebês de 0 a 28 dias de vida.

A reativação contou com a presença da secretária de Saúde, Flávia Rossi, da interventora nomeada pelo prefeito Carlos Nelson Bueno, Rosa Iamarino, da vice-prefeita Lúcia Tenório, demais integrantes da equipe interventora e profissionais da UTI Neonatal.

Cada leito conta com uma incubadora, onde os bebês, sobretudo os prematuros, permanecem a maior parte do tempo durante a internação, monitor para a avaliação do nível de oxigênio e frequência cardíaca, além de vácuo, aparelho voltado para a aspiração da secreção dos bebês. A unidade possui uma enfermeira e outras duas técnicas de enfermagem a cada período de plantão, de 12 horas de duração, em trabalho administrado e supervisionado pelo coordenador técnico Leonardo Parizzi Lealdini.

Importância

Para se ter uma ideia da representatividade da UTI Neonatal, a unidade atende pacientes não só de Mogi Mirim, mas de municípios como Mogi Guaçu, Estiva Gerbi, Itapira, Conchal, Espírito Santo do Pinhal, São José do Rio Pardo e Santa Cruz das Palmeiras. “Temos quase 100% de ocupação todos os meses, com seis bebês”, frisou Leonardo.

Durante a cerimônia de reativação, a importância da UTI foi destacada tanto por Flávia Rossi como por integrantes da comissão interventora. “Era um ponto crucial para nós, a Neonatal, além da Nefrologia e Ortopedia eram as três frentes de trabalho de referência. O peso que tem a Neonatal na cidade como um todo é muito grande”, afirmou a secretária, que aproveitou para elogiar a equipe de funcionários.

“O trabalho de vocês vai fazer todo um diferencial, não só desse grupo, mas da comunidade como um todo. Que cada dia seja de bons resultados, boas conquistas e muita saúde pela frente”, ressaltou.

“Significa esperança”, comemora Leonardo

Coordenador técnico da UTI Neonatal, Leonardo Parizzi não escondeu a felicidade pela reativação da ala. A comemoração veio acompanhada pelo alívio de quem viu de perto, nos últimos meses, a dificuldade em prestar um atendimento de qualidade. “Estou aqui há aproximadamente seis anos, sei que no começo tinha uma boa estrutura, mas nesse último ano as coisas foram piorando gradativamente, chegamos a uma situação bem precária, com falta de material para manter o trabalho. Significa esperança de um novo período, espero que (a reativação) traga melhoria para a saúde que a gente tanto necessita em Mogi Mirim e região”, projetou.

Com mais de três décadas de serviços prestados à Santa Casa, a médica e vice-prefeita Dra. Lúcia Tenório relembrou momentos difíceis atravessados no hospital e celebrou a reabertura. “Antes de termos UTI, noites e noites, pediatras passavam no berçário, assim como enfermeiras, para tentar salvar bebês prematuros ou qualquer alteração na hora do parto. Vivi aquele tempo, lutamos muito. Quando fechou a UTI senti um aperto, uma tristeza, parecia que estava tirando um pedacinho da gente”, lamentou, para, logo depois, mostrar felicidade com a reativação.