A Prefeitura, através da Secretaria de Saúde realiza, a partir desta quarta-feira (24), a nebulização veicular, pulverização de inseticida popularmente conhecida como fumacê, em bairros da Zona Leste, região com o maior número de casos positivos da dengue, 103 de um total de 197 confirmações. A operação abrange o Mirante, Jardim Elite, parte do Jardim Brasília e Vila Dias, Vila Universitária e Jardim Sbeghen, em um total de 50 quarteirões. O fumacê segue até sexta-feira, com início às 18h e duração até perto de 22h30.
A operação já estava definida desde a última semana. A Vigilância em Saúde aguardava posicionamento da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), responsável pelo envio do inseticida, recebido via Ministério da Saúde, para confirmar os dias e horários da nebulização.
A escolha por parte da Zona Leste leva, além da maior incidência da doença, o acúmulo de sujeira e locais apropriados para a proliferação do mosquito espalhados por ruas, terrenos e nas próprias residências. Para conseguir a autorização do fumacê, o município precisar estar em consonância ao protocolo nacional de controle da dengue, responsável por, dentre várias regras, estabelecer normas técnicas para aplicação do veneno.
Um mapeamento a fim de verificar qual a região com maior necessidade para receber a operação é elaborado pela Sucen, antes da autorização do serviço.
O fumacê é visto como última alternativa, indicado após a realização do controle de criadouros, busca ativa do mosquito e nebulização costal, realizada por agentes em cada casa. De janeiro ao final de março, foram 1.200 nebulizações em todas as regiões da cidade.
A Vigilância em Saúde já solicitou à empresa terceirizada responsável pelo trabalho costal o aumento no número de funcionários, de seis para 12, de olho em alcançar um número ainda mais significativo de imóveis.
Como será o fumacê?
A aplicação é feita através de uma máquina especial, que armazena o inseticida e fica sob o controle de dois funcionários, um da própria Vigilância em Saúde e outro da Sucen. A velocidade e até a altura do aparelho responsável pelo disparo do veneno faz parte das diretrizes estabelecidas para o uso do fumacê. Os profissionais estarão equipados com equipamentos de proteção individual, como macacão, máscaras e luvas.
“É um spray gigantesco, uma bomba costal de ar-frio e por microgotas, jogada no ar e que elimina somente os mosquitos que estão voando naquela hora”, detalhou Rogério Marcos Garros, encarregado da Vigilância Ambiental.
Ele destacou que o horário escolhido para a nebulização tem o final da tarde como preferido devido ao período em que os mosquitos saem dos criadouros e percorrem a cidade, motivados pela temperatura, mais amena.
Contudo, embora o fumacê seja visto como alternativa viável à proliferação do Aedes, o peso da população é decisivo na luta contra a dengue. “Vai controlar, nos locais em que usamos o veneno percebemos uma diminuição. Mas, o que funciona é a população se conscientizar da necessidade de eliminar os criadouros’, alertou.
A quantidade de veneno aplicado tem impacto ainda no meio ambiente, já que elimina abelhas, libélulas e morcegos, animais que se alimentam de mosquito. Daí, a preocupação do Poder Público em controlar a aplicação e evitar a degradação da natureza.
Dicas para a população
A população também ganha atenção especial tanto da Sucen como da Vigilância em Saúde. A orientação é que durante a aplicação, portas, portões e janelas permaneçam abertos, mas que os moradores fiquem dentro dos imóveis, longe do contato direto com o inseticida.
Pais devem evitar sair com os filhos nas ruas e é aconselhado que ninguém entre na frente do carro que despeja o veneno durante o trajeto.
Foto: Secretaria de Relações Institucionais e de divulgação